Poder

​

Postado em 13 de setembro de 2017

​

Um grande "sábio" contemporâneo certa vez disse: "Com grande poder vem grande responsabilidade!" Apesar de ser tirada da história de um super herói, esta frase é muito significativa. 
 

O poder corrompe, é outra frase que também fala uma verdade tão constatada nas mais diversas esferas e situações. Enfim, lidar com o poder parece ser um grande desafio para nós. E isso há bastante tempo, como vemos em narrativas dos Evangelhos. 
 

Jesus resolve ir para Jerusalém e envia mensageiros a sua frente para preparar locais e os povoados onde passaria. Afinal, Jesus era seguido por uma grande multidão e a operacionalidade disto não era fácil. 
 

Seus mensageiros chegaram a um povoado samaritano. Contudo, o povo dali rejeitou a presença de Jesus. Perceberam que era um judeu a caminho a Jerusalém. 
 

É importante lembrar que os judeus e samaritanos tinham uma rixa profunda há séculos que causava conflito e rivalidade entre eles. Não receber um judeu era normal, como também um judeu não receberia um samaritano. 
 

No entanto, acontece algo interessante, vejamos:

“Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?” Mas Jesus, voltando-se, os repreendeu, dizendo: “Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los”;” Lucas‬ ‭9:54-55‬ ‭NVI 
 

Os irmãos apelidados de "filhos do trovão" queriam destruir aquele povoado pelo desrespeito ao Mestre. Acho que começamos a compreender o motivo do apelido. Todavia, a sugestão deles chama a atenção. Seja porque ela incomoda nossa piedade, como assim destruir pessoas? Ou porque ela denuncia a nossa natural inclinação, que muitas vezes é destruir aqueles que se opõem à nós ou que nos ofendem ou que são maus. 
 

Tenho ouvido muito cristãos falando a respeito da vontade de mandar matar políticos, muçulmanos, homoafetivos etc.  Normalmente não têm coragem falar que querem fazer, mas esperam que Deus faça. 
 

O mais interessante que muitas vezes perdemos de vista é a resposta de Jesus. Achamos que sua repreensão diz respeito a simplesmente dizer que é errado destruir pessoas. Contudo, é mais profundo do que isso. 
 

Já parou para pensar que Jesus em nenhum momento fala que eles não têm condições de fazer o que queriam?

 

Ele diz:

Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los. 
 

A repreensão de Jesus não foi para afirmar a incapacidade deles ou que simplesmente era errado fazer, não pegaria bem.   Mas sim apontando para a correção das motivações deles. O poder e autoridade eles já tinha recebido do próprio Jesus um pouco antes, leia o início do capitulo 9. 
 

A questão era como eles usariam este poder dado por Jesus. Normalmente usamos para exprimir nossa força e revidar ou impor nossa vontade. São maus, julgamos merecedores da ira, então vamos derramar o nosso poder sobre eles!
 

Jesus disse que viver assim é desconhecer o verdadeiro espírito do Evangelho. O poder para a salvação e não destruição. Jesus em sua primeira vinda veio salvar e não destruir. Na segunda vinda é que virá como Juiz. A primeira e o tempo até a segunda, seu poder é para salvar.  
 

Acho uma excelente história para analisar dois aspectos:

1) O poder e autoridade que tenho como discípulo de Jesus. Lembrando que autoridade diz respeito ao chamado de Jesus para ser seu discípulo e poder com a intimidade que cultivo com Ele. Tenho certeza da autoridade que tenho por ser discípulo de Jesus? Tenho cultivado uma vida de poder através da intimidade com Ele?
 

2)  Minhas Motivações.  Uso o poder do Evangelho com qual motivação?

 

Que tal você meditar sobre estes dois aspectos na sua vida? Eu já estou fazendo isso. 

 

 

Rev. Marcio Tenponi

​