Usufruto
- Presbiteriana de Piedade
- Sep 20, 2018
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Tem uma expressão que diz: viemos ao mundo sem dente, careca e nu. Partiremos sem dente, careca e nu. Existe muita verdade nesta assertiva, pois realmente a vida e tudo o que temos é dom.
Infelizmente caímos na ilusão da posse. Acreditamos que temos, possuímos realmente as coisas. Fazemos muito esforço para conquistar as coisas, experiências e tudo mais.
Não entendemos que na verdade só podemos usufruir das coisas, experiências e tudo mais. Nossa vida tem muito mais a ver com mordomia, desfrute, do que possuir. Mas esta ilusão é antiga e atinge todos os âmbitos da vida. Até mesmo a relação com Deus.
Jesus conta uma parábola para demonstrar como a religiosidade se apossa da relação com Deus. Mostrando que o desejo de ter acaba com a possibilidade de um real usufruto das bênçãos do Eterno sobre a vida. E isso de tal maneira que acaba-se fazendo atrocidades, espancamento e assassinato para tentar se apossar.
Esta história está em Lucas 20,9-19. Fala de um senhor que arrendou uma vinha a trabalhadores e viajou. Depois mandou seus servos para receber a parte que lhe cabia da colheita. Os trabalhadores espancaram e feriram o servo. E isso não apenas uma vez, mas três vezes.
O senhor então envia seu próprio filho acreditando que os trabalhadores iriam respeitar o herdeiro. Porém, ao contrário, o mataram para ficarem com a herança. Claramente Jesus estava falando de Deus, os profetas e Ele mesmo. Já apontando para sua morte. E os religiosos e o poder do mundo são os trabalhadores que não queriam usufruir dos dons de Deus, mas se apossarem.
Este é um grande perigo que sempre está na porta de nosso coração. Quando começamos cultivar o desejo de ter coisas, experiência, liberdade, etc... E perdemos de vista que tudo o que temos, experimentamos e somos, é graça, dons dados por Deus para usufruirmos.
O Espírito então me questiona: O que tenho feito com o dinheiro que recebo? E o tempo que recebo de 24 horas diárias? Meu corpo? Minhas possibilidades? Enfim, tenho vivido usufruindo ou tentando me apossar como se fossem minhas com meu direito sobre elas e não apenas dons e pertencentes ao Eterno?
Ótimas questões para meditar hoje. Que tal você fazer o mesmo?
Rev. Marcio Tenponi
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